15/03/2014

O que me resta são apenas lembranças...

''Conheci o grande amor da minha vida quando eu acabara de completar os meus 16 anos e na época ele tinha 29 anos. Éramos vizinhos e ele tinha uma loja em frente à minha casa. Eu sempre o admirei mas sempre me mantive quieta pela minha idade e por sentir que ele me pudera olhar por ser uma garota nova a atraente que passava diariamente em frente à sua loja ao ir e voltar da escola. A minha mãe foi à loja dele e coincidentemente fez nos conhecermos. Saímos, e eu me apaixonei perdidamente por ele. Ele era tudo o que eu procurava. Um homem mais velho, mas com alma jovem e que sabia o tempo todo o que fazer para me conquistar. Parecia coisa de outro mundo, eu nunca tivera sentido por alguém o que senti por ele, e já não conseguia me imaginar longe dele um só momento. Todas as noites eu agradecia por ter ele na minha vida e eu realmente era grata por isso. Dávamos nos muito bem e ele gostava de mim, mas a insegurança de entrar num relacionamento com uma diferença de idade tão grande começou a assusta-lo. Eu amava-o, mas nunca lhe disse isso, eu sempre achei que abrir o meu coração faria com que ele soubesse que teria total controle sobre mim e nos meus sentimentos. Passámos os 4 melhores meses da minha vida, no terceiro mês por insistência da minha mãe, eu encostei-o à parede para que ficássemos mais sérios, pois a minha mãe não achava correcto nós só estarmos juntos sem assumir nada. Ao inicio ele foi empurrando e empurrando... não queria terminar, mas quando viu que não havia outra forma, acabou por ser ele a terminar tudo. Nesse momento eu achei que o meu mundo teria acabado. Eu não conhecia nada, eu nem sequer teria tido algum tipo de relacionamento mais sério com alguém. Na noite em que ele terminou comigo eu o vi bater a porta de casa com força ao me ver virar as costas depois de ouvir um " Segue a tua vida ". Virei na esquina da nossa rua e sentei-me no chão e chorei sem me importar com quem poderia passar, nada importava a não ser a dor enorme que eu sentira ali. Ele teria terminado comigo e eu não correria atrás dele. Mesmo o amando e mesmo que nunca tivera dito que o amava, eu não iria insistir. Os três primeiros meses passaram lentos demais, e eu chorei durante esses 90 dias. Ele não me ligou e eu não liguei para ele. Passaram-se um ano, e ainda o vi namorar e terminar, vi ele a relacionar-se várias vezes, na verdade eu sempre acompanhei tudo, e hoje ele está noivo. Talvez eu tenha errado em nunca ter dito que o amava, talvez eu tivesse tentado mais, insistido mais, mas é que eu sempre acreditei que se alguém não nos quer, não irá querer por insistência. Hoje com os meus 20 anos eu ainda não o esqueci. Nunca me relacionei depois dele, conheci muitos homens mas nenhum deles se parecia ou me traria qualquer lembrança. E toda a vez que um novo dia nasce eu penso nele, penso que ele está bem e feliz com a sua noiva e alimento-me disso para me sentir bem... Procuro alguém, esforço-me para me entregar porque eu sei que ele foi o primeiro amor da minha vida. Eu era tão jovem naquele tempo, mas hoje eu teria a certeza absoluta do que seria bom para mim e do quanto eu poderia fazê-lo feliz, se ao menos ele soubesse. Mas de uma coisa eu sei, que sempre o amei mas que nunca confessei o grande amor da minha vida. E o que me resta são apenas as lembranças na minha mente e no meu coração, de um amor que não é meu, de alguém que não me pertence, de uma história rápida mas que justificou e marcou todo o resto da minha vida.''


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