15/02/2014

Não sabes quem eu sou, mas eu sei quem tu és.

''Olá! Tu não sabes quem eu sou, mas eu sei quem tu és e vejo-te quase todos os dias. A minha rotina é sempre a mesma e tu estás incluído nela. Faça chuva, faça sol, de segunda a quinta-feira vejo-te a trabalhar. Por vezes mais perto, outras através do vidro. Um vidro que nos separa, um vidro que me mata e corta.
A minha insegurança, o meu medo estão me sempre a atormentar. Tanto que te quero ver, tanto que te sentir, tanto que te quero ter.
Não me lembro da primeira vez que te vi, mas lembro-me da primeira vez que trocámos umas breves palavras, para além de um ‘Bom Dia’, lembro-me de como as nossas mãos se tocaram. O meu mundo parou. Andei de sorriso parvo no rosto o resto do dia. O sorriso de alguém apaixonado, talvez.
Parecia uma cena de filme. Não sei se isso é bom ou não. As nossas mãos se tocaram, os nossos olhares se cruzaram, o meu corpo tremeu. Senti um arrepio.
Gostava de um dia te poder contar tudo isto pessoalmente, sem medos, nem inseguranças. Sentados a ver o por do sol numa tarde de verão ou num sofá numa noite de inverno. Contar-te as minhas histórias, contar-te os meus sonhos, contar-te quem sou, contar-te o que sinto. Ouvir-te… Quero saber tanto de ti. Sei onde te encontrar e por que nome te chamar, mas, e tu, sabes quem eu sou?
O tanto querer olhar para ti, o procurar-te com os meus olhos. Começa a ser tão óbvio, que não quero que percebas. De novo o medo a apoderar-se de mim. Quando estou a olhar e retribuis, eu baixo ou viro a cara, não é por mal, é simplesmente medo. Espero que entendas. Tenho vergonha de corar, tenho medo que se note. O meu coração acelera cada vez que olhas para mim. Sinto-me tao bem!
O meu coração a ninguém pertence, mas quem sabe quem pertencerá. Pode ser teu. Quero que seja! Faz por que seja! Para isso preciso de te conhecer, talvez me desiluda, mas já é tão normal.
Para além deste mistério todo do oculto e desconhecido, sinto-te longe de mim, é normal. Sinto-me estúpida por quando estou sozinha nem um ‘Boa Tarde’ sair da minha boca.
Mesmo não te tendo, não te quero perder. Se deres dois passos à frente eu dou-os contigo, mas se não o fizeres eu dou três atrás.
Falta-me algo, falta-me alguém, faltas-me tu! Já gostei de outros rapazes, digo bem, gostei. Disso nada passou. Simplesmente gostar. Hoje sei que não eram ‘eles’, mas será que és tu? Como é que alguém que não conheço, alguém de quem quase nada sei, alguém com quem apenas falei uma vez, me possa colocar um sorriso no rosto e sentir-me bem?
Não sou a pessoa mais fácil do mundo, não tenho o feitio mais fácil, não tenho o corpo perfeito. Sou o que sou e não gosto, mas só alguém gostando do que sou por dentro e não olhar ao exterior, é que posso me sentir bem e amada.
Gostava de ler os teus pensamentos quando olhas para mim, quando estas à porta do trabalho e eu chego, ou quando depois vais para lá, quando estas a conversar com alguém e me vês. O que te faço sentir? O que sou para ti?
Para ti, de mim, tenho as respostas: fazes-me borboletas na barriga, fazendo sentir-me como uma criança feliz e és o desconhecido que quero conhecer, mais que não seja como amigo. Mais que isso, tenho medo! 
Gosto-te! Que mais hei-de dizer? Os dias vão passando e continuamos duas incógnitas na vida um do outro, mas assim e, aqui, deixo-te o que sinto. Sou um livro que podes virar a página, uma frase inacabada que podes acabar, um texto sem sentido pronto a ser orientado. És me tanto e ao pouco!
Como sei que nunca vais ler isto, acho que posso concluir que te amo, como nunca amei ninguém (será amor ou apenas atracão pelo mistério?) e se por acaso, algum dia, leres e saberes quem sou: ‘Decifra-me, mas não chegues a nenhuma conclusão’, assim posso e consigo surpreender a cada novo dia e dizer o que nunca disse a ninguém.
Obrigada por existires na minha vida, mesmo que não saibas.
João, assim te conheço e desconheço!''


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