11/03/2014

Eu, Tu e o Tic-Tac do relógio

''«Estou aí em seis minutos». De coração nas mãos, comecei a respirar devagar. Nada mais fazia sentido, para além daquelas cinco palavras. Tudo se resumia a inúmeros segundos, o nosso amor jogado pelo tempo, atirado à mesa como o trunfo num baralho. E a minha expressão mantinha-se a cada saída de casa, pálida, e o meu corpo imóvel, tremia do frio que dançava lá fora. Os meus olhos, fixos na porta, esperavam-te, mais brilhantes que nunca. Só eu sei como me senti impaciente, como o sussurro que o meu relógio fazia, doía nos meus ouvidos. «Cheguei amor». Num compasso perfeito, bati a porta e caminhei até ti com um sorriso nos lábios. O tempo parou, o silêncio gritou, o escuro voltou. Eu e tu, debaixo da noite, actores principais, protagonistas da nossa história, enrolados nos nossos braços, selamos a espera com um beijo e meia dúzia de palavras que ainda massacram a saudade de uma semana inteira. Eu, tu e o tic-tac do relógio. Suspensa no teu olhar, senti a falta de estar contigo. Dominada, pelo sabor dos teus lábios, por aquele leve toque que deu de beber à paixão sedenta por mais. Viciada em estar mais e mais contigo, de lábios colados aos teus, não resisti em cair nos teus braços e dizer mais uma vez que te amava.''

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