29/03/2014

Saudade de ti...

''Essa é a história de um amor (quase) impossível.
Tudo começou quando a conheci. Éramos muito jovens. Me apaixonei no exacto momento em que nossos olhares se cruzaram. Foi intenso e acredito que tenha sido mutuo. A cada dia que passava eu a admirava mais, o modo como dançava, o seu jeito tão espontâneo de ser. Quando conversávamos nada mais parecia importar, excepto ela. Era a única que me entendia realmente e segundo ela eu também era. Depois de dois anos, ela se mudou e passamos a nos encontrar duas, três vezes por ano. Era doloroso, eu ficava super ansiosa e feliz quando recebia a noticia de que ela viria e vice-versa, mas depois quando nos separávamos novamente meu peito explodia em lágrimas. Eu não conseguia passar um dia sem pensar nela e nos momentos que tínhamos tido. Lembro-me de uma vez em que ela pegou um anel velho que eu tinha, colocou em minha mão e disse pra mim coloca-lo em seu dedo como se estivéssemos casando. Ela ficou semanas sem tirar o velho anel rs. Outra vez eu estava doente e ela cuidou de mim, até me deu alguns presentes. Há e o momento clímax da história, ela estava ficando um bom tempo em minha casa e um dia nós acabamos discutindo por falta de atenção da minha parte. Ela saiu, entrou no quarto onde estava dormindo e bateu a porta. Eu fiquei abalada, entrei no meu quarto e comecei a chorar, passados alguns minutos ela abriu a porta, eu imediatamente cobri o rosto com as mãos para que ela não me visse. Ela suspirou e sentou do meu lado. Pediu desculpas, disse que sentia saudades e me pediu para olhar para ela. Como eu era muito tímida levantei e apaguei a luz, era mais fácil desabafar assim. Contei o que estava acontecendo comigo e como eu me sentia, disse o quanto a amava e confiava nela, contei chorando os meus segredos mais profundos e ela também chorando contou os dela, depois nos abraçamos e dizemos o quanto amávamos uma a outra. A partir desse dia nossa ligação ficou mais forte, eu comecei a perceber que o que eu sentia era mais do que uma amizade, eu sentia desejo, me sentia atraída por ela, passei até a nos fantasiar juntas, caricias, beijos... Não sei com certeza se ela também passou a sentir o mesmo, mas depois de dois anos, quando nos encontramos de novo, ela começou a se aproximar de modo diferente, com caricias inocentes, com o olhar mais penetrante, até que numa festa, depois de dançarmos muito, eu a beijei e ela correspondeu intensamente. Não passamos disso pois ficamos um pouco confusas, apesar de ambas quererem muito, era errado ficarmos juntas, pois além de parentes éramos mulheres. E hoje faz um ano que não a vejo, mas ainda sinto o toque do seu beijo em meus lábios e a amo profundamente, como nunca amei ninguém.''


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